Extensão universitária criativa

Nesse vídeo, Margaret Wertheim, do Institute for Figuring, EUA,  relata em 15 minutos o projeto liderado há anos por ela, em que une conhecimentos da matemática, ativismo ambiental e a produção de crochê. É interessante observar este exemplo de conexão de trabalhos da academia com atividades tradicionais como o artesanato.

Margaret Wertheim e sua maravilhosa matemática dos corais (e crochet)

Alessandra de Carvalho

Brasil e Alemanha estudam soluções para geração de energia limpa

Brasil e Alemanha são países em destaque no panorama do investimento e desenvolvimento de energia limpa. Enquanto o Brasil está entre os dez países que mais receberam investimento nesse ramo no ano passado, na Alemanha importantes centros de pesquisa do país estudam outras formas de mecanismos limpos para a geração de eletricidade, pois o governo alemão pretende desligar seus complexos atômicos até 2022.

Nesta semana, uma comitiva de representantes do governo do estado alemão de Baden-Württemberg desembarca no Brasil para firmar contratos de cooperação científica entre universidades, empresas e institutos de pesquisa dos dois países.  Além da oportunidade de intercâmbio de cientistas e estudantes, a comitiva, que visitará Curitiba e Rio de Janeiro, estuda negociar exportações brasileiras para empresas que desenvolvem energia sustentável na Alemanha. Também afirmam desejar aprender mais sobre a construção de usinas hidrelétricas, e os sistemas brasileiros de monitoramento de desmatamento e queimadas nos biomas do país.

A parceria Brasil-Alemanha também gerou convênios para desenvolver novas tecnologias de motores de automóveis. Uma vez que carros elétricos estão ficando populares, os dois países desejam fabricar carros sustentáveis. O projeto começa com a criação de um motor movido a energia gerada por resíduos de esgoto. A primeira frota deve ser produzida em Franca (SP).

Na Alemanha, os planos para o desenvolvimento da energia limpa incluem maior uso de gerações eólica, hidrelétrica, solar, geotérmica e de biomassa ou biogás. O plano do país é que até 2050 a energia térmica, de uso de combustíveis fósseis, reduza quase pela metade. Estudiosos da Universidade de Ciências Aplicadas de Stuttgart afirmam que o uso da energia por resíduos (biomassa ou biogás) é o que mais tende a crescer entre a população, pois uma miniusina de biomassa é mais barata do que as placas de captação de luz solar, além de não depender de dias quentes. A miniusina é movida a pellets (pequenos pedaços de madeira), que em áreas agrícolas já são substituídos por estrume de animais, gramíneas ou gordura de abatedouros. O Instituto Estadual de Engenharia Agrícola e Bioenergia da Universidade de Hohenhem, que faz pesquisas sobre o uso dessas miniusinas, estuda firmar convênio com instituições brasileiras para implantar o projeto em localidades agrícolas.

Também no Brasil, há discussões sobre o uso de resíduos como fonte de energia limpa. Segundo o professor Sabetai Calderoni, economista e consultor do Banco Mundial e das Nações Unidas (ONU) e autor do livro “Os bilhões perdidos no lixo”, a melhor solução para geração de energia é a biomassa, e as iniciativas mais ecológicas e vantajosas economicamente são as locais, como as cidades sustentáveis. Sugere sistemas mais baratos e vantajosos de captação de energia solar e eólica, para uso em restaurantes e hospitais, assim como o uso de resíduos de esgoto para geração de energia.  Fala também da possibilidade de transformar grande parte do entulho de construções em areia, que pode ser reutilizada.

Carolina Vaz – com  informações do Instituto Akatu e G1.

Relato de uma futura jornalista sobre a cobertura da SNCT

Para ser uma boa jornalista, tenho que ter um ótimo texto, dominar as técnicas jornalísticas, estar atualizada, mas principalmente, contar boas histórias e estar consciente do meu papel na sociedade. Então como contar minha experiência na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada de 17 a 22 de outubro na UFRRJ?

No curso de Jornalismo, somos desafiados diariamente. Não contrariando tal afirmação, a professora Alessandra de Carvalho,  coordenadora do projeto  Agência de Notícias da Rural, do qual faço parte, deu para cada aluno do seu laboratório metas para serem cumpridas durante a semana: cobrir palestras, oficinas, pôsteres e como ela mesma disse, “colocar as garrinhas de fora”. Desafio lançado é desafio aceito.

Mas nada é fácil para uma aspirante a foca – foca é o apelido para jornalistas recém-formados. Minha primeira palestra no Instituto de Biologia (IB) não aconteceu e fui para o Prédio Central assistir a uma mesa sobre mapeamento de desastres naturais e influência do clima na criação de animais. Impressionei-me com as falas do professor do departamento de geociências,Tiago Marino, sobre sua pesquisa de campo no Haiti. Fiquei me imaginando jornalista a reportar um desastre natural como o ocorrido naquele país tão sofrido. O que perguntar? Como proceder? Como deixar de lado as emoções? São questões que atormentam estudantes de jornalismo que sonham em participar de uma grande cobertura.

E a SNCT foi encarada por mim como uma grande cobertura, pois foi a primeira que participei. A segunda atividade da semana foi relatar a pesquisa sobre energia nuclear apresentada em um pôster. Como começar? Li o pôster e consegui criar uma pequena pauta. Mas, a matéria não foi publicada, porque a professora Alessandra percebeu que poderia ser feito algo a mais, uma matéria mais aprofundada posteriormente.

No Jardim Botânico da UFRRJ, eu deveria fazer matéria sobre uma oficina de biojóias que aconteceu na quinta-feira. 20. A experiência foi diferente. Em vez de apenas perguntar e ouvir, participei, interagi, conversei e ainda fiz duas peças com sementes: um brinco e um marcador de página. Nunca gostei de fazer artesanato, mas vi que, com estímulo, podemos ser capazes de nos surpreender.

Por fim, minha cobertura foi encerrada na sexta, com uma mesa sobre desastres naturais na região serrana do Rio de Janeiro. Os professores mostraram que frente ao poder da natureza, falta esforço do poder público de conscientizar a população e tomar atitudes que previnam novos desastres.

Com a atividade na SNCT,  aprendi muito em uma semana, conheci novas pessoas, professores e alunos de outros cursos, e fiquei bem cansada. Noticiar eventos com assuntos diferentes do que estudo não é fácil, mas assumir uma pequena rotina jornalística foi mais difícil: cada matéria deveria ser feita e entregue sempre no dia da cobertura. Foi uma experiência modelo do que será minha vida daqui para frente.

A lição mais importante que tirei da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi que ao fazer o que se gosta, tudo fica interessante. A emoção de estudar e fazer o que me agrada é indescritível. Espero, portanto, que venham outras experiências como essa para que eu aprenda mais e que tenha boas histórias para contar.

 Analine Molinário

*todas as matérias citadas podem ser lidas no http://agenotic.wordpress.com

 

Somos sete bilhões e precisamos mudar, diz relatório da ONU

sete bilhões de habitantes no mundo

Sete bilhões de pessoas é o quanto seremos no dia 31 de outubro, segundo o relatório “Pessoas e Possibilidades em um Mundo de 7 Bilhões”, divulgado no dia 26 pelo Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA). Além de apresentar dados sobre a população mundial dos dias atuais, o relatório explica como chegamos aos sete bilhões, qual a situação atual do crescimento populacional, e o que devemos fazer para alcançarmos o ideal de uma sociedade mais sustentável, com menos problemas econômicos e sociais e menos desigualdade. Para visualizar o relatório completo, em português, clique aqui.

Segundo o relatório, o mundo hoje não tem sete bilhões, porque nascem muitas crianças, e sim porque morre menos gente. Há 50 anos, a população mundial crescia a uma taxa anual de 2,1%. Hoje, cresce a uma taxa de 1,2%. Isso acontece pela queda da taxa de natalidade e pelos serviços públicos de saúde e avanços na medicina, que possibilitam maior longevidade. A expectativa de vida atual é de 69 anos.  Mas essa tendência não prevalece em todos os países. Ainda há países onde a expectativa de vida é muito baixa, nascem muitas crianças e a saúde é precária. Esse é um dentre muitos contextos em que se configura a desigualdade entre os países e dentro dos países. Há muitas nações em frágil situação econômica e social, e o relatório indica que devemos nos unir e tomar atitudes específicas para resolver essa disparidade.

O documento expõe vários aspectos da situação da sociedade global atual, como pobreza; fome; doenças; desigualdades étnicas, raciais e de gênero; conflitos; urbanização e exploração dos recursos naturais, e propõe mudanças nas atitudes das pessoas para mudar o mundo. Aponta o papel da juventude em exercer as novas iniciativas, que tornarão possíveis as mudanças, e da importância em garantir que essa juventude tenha educação e qualidade de vida para ser capaz de tal função. Trata também do processo de envelhecimento, que vai exigir mais do trabalho dos jovens, da medicina e outros serviços, o impacto da migração nos países de onde saem e onde chegam os migrantes, o crescimento das cidades, e os impactos do uso excessivo dos recursos naturais e a necessidade de investimento no desenvolvimento sustentável e da consciência de consumo sustentável. O relatório ainda indica que o melhor documento a servir como base para a realização de tantas melhorias no mundo é a agenda do  Programa de Ação da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento do Cairo , formulado em 1994.

Com a divulgação desse número, alguns portais aproveitaram para oferecer dados e brincadeiras sobre esse marco. O site http://www.7billionandme.org/ mostra a evolução do número de pessoas no mundo e dados sobre os continentes, países, cidades, com números como número de habitantes, quantos são mulheres e quantos são homens. Também é possível descobrir qual o seu número no mundo, quantos nasceram antes de você no mundo e em cada continente.

Carolina Vaz  – com informações de: Estadão e Ecoagência 

Ciclo Cinema e estudos culturais no ICHS

Filhos da Esperança” foi o filme exibido na primeira experiência do “Ciclo Cinema e Estudos Culturais”, no dia 11,  auditório Paulo Freire, do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS).  O evento faz parte das atividades do Fórum de Extensão, Arte e Cultura (FEAC), e foi organizado por Alessandra Carvalho, professora do curso de Jornalismo e o Anderson Gomes, professor do curso de Letras

Após a exibição, os professores comentaram pontos importantes do filme, como a discussão da biopolítica, a forma que o roteiro constrói e desconstrói discursos, principalmente, o religioso. A obra cinematográfica utiliza muitas imagens produzidas com a câmera na mão, acompanhando os protagonistas, de forma a fazer que o telespectador sinta-se dentro da cena. O recurso, muito utilizado por documentários, é  comum em “Filhos…”. Outro ponto importante é que muitas cenas foram gravadas sem corte, o que permite uma maior continuidade e reduz a possibilidade de erros de edição nestas cenas.

O “Ciclo Cinema e estudos culturais” tem como objetivo gerar debates e estudos entre  professores e alunos sobre temas representados nos filmes a partir da abordagem dos estudos culturais. O projeto será efetivado no próximo ano e é aberto para todos os alunos da Universidade.

Sobre o filme

O filme “Filhos da Esperança”, de Alfonso Cuarón, retrata o ano de 2027 em que as mulheres não conseguem mais engravidar. É uma ficção científica estrelada por Clive Owen que interpreta um ex-ativista, Theodore Faron, atualmente burocrata, morando em uma Londres tomada por manifestações contra o governo, repleta de violência e com perseguições contra imigrantes. Faron é procurado por sua ex-esposa, Julian (Julianne Moore) para que ele ajude uma jovem grávida. Para protegê-la e por acreditar que o bebê é a salvação da humanidade, o protagonista encontra no caminho muita violência e uma cidade repleta de medo e sem saber em quem confiar.

Com uma fotografia espetacular, o filme ganhou dois prêmios BAFTA (um de Fotografia e outro de Direção de Arte), além de receber três indicações para o Oscar: Melhor Fotografia, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Edição.

Analine Molinário          

Prêmio Nobel da Paz vai para três mulheres

Na sexta-feira, dia 7 de outubro, foram anunciadas as vencedoras do Prêmio Nobel da Paz de 2011: Tawakul Karman do Iêmen, jornalista e ativista; Ellen Johnson Sirleaf, presidente da Libéria e Leymah Gbowee, militante, também da Libéria. Elas foram agraciadas com o prêmio, devido aos seus trabalhos na luta pelos direitos das mulheres.

Ellen Johnson Sirleaf é a primeira mulher presidente de um país africano, eleita em 2005. Enquanto presidente, tem trabalhado para garantir a paz na Libéria, desenvolver economicamente e socialmente o país, e luta para dar direito às mulheres. Leymah Gbowee participou ativamente da segunda guerra civil de seu país em 2003, e por ser uma importante ativista liberiana, mobiliza as mulheres na luta por seus direitos políticos. A jornalista Tawakkul Karman se destacou na Primavera Árabe – movimento pró-abertura democrática nos países árabes – além de lutar pelos direitos das mulheres, pela democracia e pela paz no Iêmen.

Desde a criação do Prêmio Nobel, apenas 12 mulheres receberam o da Paz. No ano passado o ganhador foi o ativista chinês pró-democracia Liu Xiaobo. As vencedoras do Prêmio Nobel da Paz dividirão a quantia de US$ 1,5 milhão, o equivalente a R$ 2,7 milhões.

Curiosidade: O Prêmio Nobel da Paz é concedido desde 1901 por um comitê norueguês escolhido pelo Parlamento da Noruega. Os prêmios são dados em Estocolmo, na capital da Suécia, exceto o da Paz que é entregue em Oslo, a capital da Noruega. Isso porque, quando Alfred Nobel, criador do prêmio era vivo, Suécia e Noruega formam uma única monarquia, até 1905, quando a Noruega tornou-se independente. O criador das premiações deixou em seu testamento o pedido de que o Prêmio Nobel da Paz fosse entregue na Noruega devendo ser escolhido por um comitê norueguês.

Analine Molinário – com informações do G1 e Agência Brasil.

Trio de pesquisadores do sistema imunológico recebe Nobel de Medicina

Na primeira semana de outubro, foram divulgados alguns dos prêmios Nobel de 2011, conferidos pela Fundação Nobel desde 1901. O prêmio de Medicina ou Fisiologia foi divulgado na manhã de segunda-feira, dia 3, e saiu na mídia com três informações principais: que se tratava de pesquisas relacionadas ao sistema de defesa do corpo humano; que um dos premiados já era falecido; e que este havia prolongado sua vida através da própria pesquisa.

Os premiados foram o americano Bruce Beutler, o francês Jules Hoffmann e o canadense Ralph Steinman. Steinman havia descoberto, nos anos 70, as células dendríticas, capazes de ativar outras células de defesa que combatem organismos invasores. Beutler e Hoffmann descobriram, nos anos 90, a atuação de proteínas no corpo humano que detectam substâncias de organismos patógenos. Essas pesquisas possibilitaram novas formas de terapia contra infecções, doenças inflamatórias e até mesmo o câncer, na forma de “vacinas terapêuticas”, que estimulam o sistema imunológico a atacar os tumores.

Premiação póstuma – Pouco depois de anunciados os vencedores, a Universidade Rockefeller, onde trabalhava Ralph Steinman, informou que o cientista havia morrido na sexta-feira, dia 30 de setembro, vítima de um câncer de pâncreas descoberto há quatro anos. A Fundação Nobel tem como regra, desde 1974, não conferir prêmios póstumos, mas nesse caso há exceção: o nome anunciado é mantido quando o vencedor morre entre a decisão e a premiação.

A Universidade afirmou que o cientista foi capaz de “prolongar sua vida” durante quatro anos, após o diagnóstico, através da terapia desenvolvida sobre os estudos do sistema imunológico. Esta informação é capaz de dar ainda mais visibilidade aos trabalhos que mereceram o prêmio Nobel de Medicina deste ano.

Carolina Roberta Vazcom informações do G1 e Terra.

Polêmicas científicas em setembro

Teorias e novidades científicas nem sempre são sólidas. Observando a história, é possível entender que não há previsão do tempo de validade de uma “verdade” científica ou de quando alguma informação será substituida por outra mais confiavel ou adequada a determinado fenômeno e contexto.

Em setembro, ficamos sabendo que pesquisadores do Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) apresentaram um estudo que mostra os neutrinos como partículas mais rápidas que a luz. Até então, valia (ou vale) a teoria de Albert Einstein de que não existe nada mais veloz que a luz. Foi assunto na grande mídia e nas redes sociais durante dias. Como já era de se esperar, a novidade ainda está em processo de exame pela comunidade científica.

A outra polêmica que acompanhamos é brasileira e tem como objeto central a descoberta de um suposto rio de 6 mil km que corre sob o grande Rio Amazonas no trecho do Acre até o oceano. Embora a notícia seja de agosto, foi em setembro que apareceram as primeiras manifestações de desconfiança sobre a existência do tal rio. A Federação Brasileira de Geólogos (Febrageo) publicou uma carta à população em que reprova a divulgação de informações imprecisas e contesta o uso da especificação “rio” para o fluxo de água.

Em ambos os casos,  é preciso de mais tempo para vermos quem tem razão sobre as novidades apresentadas. E, talvez o mais interessante seja observar o movimento de renovação do conhecimento científico na história.

(clique nos links do texto para mais informações sobre os casos citados)

Alessandra de Carvalho

Físico acredita na ficção como atrativo para a ciência

O físico e apresentador americano Michio Kaku, em entrevista ao site brasileiro G1, disse que “a ficção talvez seja a maneira mais simples de fazer as pessoas se interessarem por ciência”. O especialista em teoria das cordas é também divulgador científico e apresentador do programa “Física do Impossível”, na Discovery Science.

Clique aqui para ler a entrevista publicada no Brasil.