Para ser uma boa jornalista, tenho que ter um ótimo texto, dominar as técnicas jornalísticas, estar atualizada, mas principalmente, contar boas histórias e estar consciente do meu papel na sociedade. Então como contar minha experiência na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), realizada de 17 a 22 de outubro na UFRRJ?
No curso de Jornalismo, somos desafiados diariamente. Não contrariando tal afirmação, a professora Alessandra de Carvalho, coordenadora do projeto Agência de Notícias da Rural, do qual faço parte, deu para cada aluno do seu laboratório metas para serem cumpridas durante a semana: cobrir palestras, oficinas, pôsteres e como ela mesma disse, “colocar as garrinhas de fora”. Desafio lançado é desafio aceito.
Mas nada é fácil para uma aspirante a foca – foca é o apelido para jornalistas recém-formados. Minha primeira palestra no Instituto de Biologia (IB) não aconteceu e fui para o Prédio Central assistir a uma mesa sobre mapeamento de desastres naturais e influência do clima na criação de animais. Impressionei-me com as falas do professor do departamento de geociências,Tiago Marino, sobre sua pesquisa de campo no Haiti. Fiquei me imaginando jornalista a reportar um desastre natural como o ocorrido naquele país tão sofrido. O que perguntar? Como proceder? Como deixar de lado as emoções? São questões que atormentam estudantes de jornalismo que sonham em participar de uma grande cobertura.
E a SNCT foi encarada por mim como uma grande cobertura, pois foi a primeira que participei. A segunda atividade da semana foi relatar a pesquisa sobre energia nuclear apresentada em um pôster. Como começar? Li o pôster e consegui criar uma pequena pauta. Mas, a matéria não foi publicada, porque a professora Alessandra percebeu que poderia ser feito algo a mais, uma matéria mais aprofundada posteriormente.
No Jardim Botânico da UFRRJ, eu deveria fazer matéria sobre uma oficina de biojóias que aconteceu na quinta-feira. 20. A experiência foi diferente. Em vez de apenas perguntar e ouvir, participei, interagi, conversei e ainda fiz duas peças com sementes: um brinco e um marcador de página. Nunca gostei de fazer artesanato, mas vi que, com estímulo, podemos ser capazes de nos surpreender.
Por fim, minha cobertura foi encerrada na sexta, com uma mesa sobre desastres naturais na região serrana do Rio de Janeiro. Os professores mostraram que frente ao poder da natureza, falta esforço do poder público de conscientizar a população e tomar atitudes que previnam novos desastres.
Com a atividade na SNCT, aprendi muito em uma semana, conheci novas pessoas, professores e alunos de outros cursos, e fiquei bem cansada. Noticiar eventos com assuntos diferentes do que estudo não é fácil, mas assumir uma pequena rotina jornalística foi mais difícil: cada matéria deveria ser feita e entregue sempre no dia da cobertura. Foi uma experiência modelo do que será minha vida daqui para frente.
A lição mais importante que tirei da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia foi que ao fazer o que se gosta, tudo fica interessante. A emoção de estudar e fazer o que me agrada é indescritível. Espero, portanto, que venham outras experiências como essa para que eu aprenda mais e que tenha boas histórias para contar.
Analine Molinário
*todas as matérias citadas podem ser lidas no http://agenotic.wordpress.com